Primeira mesa da SeCom debate a construção do espaço urbano pelo homem

Convidados abordaram difersas formas de afeto e conflito que formam o produto social Cidade

Debatedores falaram de afetos e conflitos da cidade (Foto: Igor Cavalcante)

A mesa “Afetos e conflitos: a construção de experiências urbanas”, fechou o primeiro dia da XXI Semana de Comunicação (SeCom) da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Auditório Raquel de Queiroz. Clóvis Jucá, doutor em Arquitetura e Urbanismo pela UFC, Linda Gondim, doutora em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade de Cornell, e Rodrigo Iacovini, membro da Equipe de Apoio à Relatoria Especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada, foram os convidados do debate, que contou com a mediação de Camila Chaves, graduada em Comunicação Social pela UFM.
 

Clóvis salientou a importância do respeito à memória da cidade como mecanismo de identificação do seu povo, o que não pode ser presenciado em Fortaleza. O professor apresentou o trabalho “A Universidade e a cidade - Por uma história da Arquitetura Moderna da Universidade Federal do Ceará", no qual critica as transformações arquitetônicas na Universidade, exemplificadas por imagens do “antes” e do “depois”.

Linda focou nos conflitos urbanos, como as reinvindicações dos movimentos sociais, desorganização dos conjuntos habitacionais e relocação de moradores devido ao interesse do estado. Também professora da UFC, ela afirmou que há múltiplos olhares para o espaço urbano e seus acontecimentos e que um conflito pode ser positivo.

Para Rodrigo, advogado formado na UFC, o homem se situa no espaço urbano a partir de um perfil e de escolhas. O homem se posiciona e se relaciona com o meio de forma diferente da mulher, por exemplo. Ainda para Rodrigo, que é também militante dos direitos humanos, a cidade é um espaço de articulação de direitos e "criamos o espaço urbano através da nossa circulação”.

Mesa sobre Aflitos e Conflitos (Foto: Igor Cavalcante)

Segundo momento
No discurso de todos os convidados, os megaeventos esportivos que o Brasil irá sediar nos próximos anos foram lembrados e criticados, principalmente pela especulação imobiliária que modifica o espaço e pela remoção de pessoas de áreas potencializadas.

A mediadora permitiu que o público fizesse perguntas aos debatedores, alimentando a discussão sobre direito à cidade. Um exemplo usado foi o dos camelôs, que fazem o seu trabalho nas principais praças e ruas do Centro de Fortaleza.

Deisimer Gorczevski, professora da UFC, também falou sobre o tema: “O afeto também é conflituoso. O afeto por algo é justo porque aquilo te provocou, te questionou, fez pensar, e, às vezes, isso gera muito conflito", afirmou.

Messias Borges, estudante do 1º semestre de Jornalismo