Que modalidades de estar junto podem ser inventadas na rua? Que maneiras de comunicar estão em jogo no trânsito com o espaço urbano? A cidade não se fixa, ela está em constante movimento. Não é uma forma, um já dado, mas um processo aberto. São tentados enquadramentos, que recortam partes do todo e sempre fazem surgir um fora de campo. Há um exercício de olhar, uma experimentação de modos de sentir. Multiplicidade. É preciso inventar várias cenas, compor cidades, traçar mosaicos, organizar janelas. A comunicação é uma composição. Multiplicar cidades. A pólis é inquieta, porque se constitui com sujeitos. Existem formas de vida que tomam lugar cotidianamente, partilham afetos. Sujeitos que se encontram. A comunicação é espaço do entre, zona de vizinhança.

O comunicar se dá no próprio mergulho na vida social, na liberdade dos percursos e perambulações pelas ruas. Acontece também pelas mídias, que se colocam no espaço urbano, elaboram mundos e interferem nas ideias de cidade partilhadas coletivamente. Ocorre ainda na arte, que trabalha as sensações e as percepções do urbano, desestabiliza os sujeitos de lugares pressupostos e intervém no corpo social com tensionamentos sensíveis.

Olhares em Trânsito: Comunicação e Espaço Urbano. A XXI Semana de Comunicação da UFC busca encontros. E a própria construção do evento é já também um processo coletivo, realizado pelos estudantes dos Cursos de Comunicação Social da UFC. Diretório Acadêmico Tristão de Athayde (DATA), Liga Experimental de Comunicação, Programa de Educação Tutorial (PETCom), Rastro Agência Júnior e alunos do Programa de Pós-Graduação em Comunicação colocam-se na costura de olhares e na experimentação constante do fazer junto. De 29 de outubro a 1º de novembro, acontecem os debates, os compartilhamentos, os trânsitos.

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