"O prédio, a rua, o muro, a arquitetura, tudo da cidade comunica o que viveu", afirma mestrando Tarcísio Martins

Mesa discutiu apropriação do espaço urbano
Na noite desta quarta-feira (31) ocorreu, no Auditório Rachel de Queiroz, uma mesa de discussão que abordou a rua como mídia e suas apropriações no espaço urbano. Para ministrá-la foram convidados Tarcísio Martins, mestrando em Comunicação, e Élcio Batista, doutorando em Sociologia. A mediação foi feita pela professora doutora Sílvia Belmino.

No debate, Tarcísio apresentou seu trabalho de mestrado. Nele, a cidade é defendida como espaço comunicativo e polifônico, pois se comunica através de meios e sons. "O prédio, a rua, o muro, a arquitetura, tudo da cidade comunica o que viveu", ressalta o mestrando.

Élcio Batista fundamentou seu discurso no antropólogo Roberto da Matta, contrastando os conceitos de mundo público e mundo privado. De acordo com o antropólogo, a política transforma objetos da cidade, criando ambiguidades e oposições.

O doutorando também disse que a cidade é um espaço físico de comunicação permanente. Para ele, a rua era conhecida como "espaço de ninguém". "Hoje ela sofre processos de apropriação", diz. Ele ainda acrescentou que o boato é a principal forma de comunicação das ruas.

Cuidado ao usar o espaço urbano

Eduardo Oliveira, estudante do 2º semestre de Publicidade e Propaganda da UFC, afirma que é importante discutir o assunto tanto entre o Jornalismo quanto a Publicidade. "Foi bom ver como algumas convenções criadas por pessoas que ocupam esses espaços se tornam estigmas ao longo das gerações", aponta.

Apropriar-se das ruas e fazer com que a cidade se mantenha em harmonia e igualdade não é uma tarefa fácil. É necessário cautela na hora de utilizar o espaço urbano, pois ao mesmo tempo em que as mensagens comunicam e levam informação às pessoas, elas acabam por regulá-las.

Ana Paula Oliveira
alunos de Jornalismo da UFC

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